O termo mangá designa aquelas revistinhas japonesas caras pra caramba que você tem que ler de trás para frente, não sendo nenhuma novidade para uma parcela considerável da população mesmo sem considerar os japoneses, descendentes e os demais aficcionados pela cultura nipônica. Alguns otakus mais xiitas abominam os animes que profanam as escrituras sagradas do mangá com heresias chamadas fillers, e é muito raro que qualquer indivíduo afirme que a história de um anime supera a do mangá - afinal, o original é quase sempre melhor.
Antes de começar esse artigo, devo admitir uma coisa: só comprei três mangás na minha vida inteira. O primeiro foi um volume aleatório de Angel Sancturary, os outros são dos dois primeiros volumes de Code Geass que a JBC está lançando no Brasil todo dia 10 (pretendo comprar a coleção inteira). A esmagadora maioria dos mangás que eu li foram emprestados ou lidos online.
OK, vamos lá... Eu sou feliz como proprietária de um Kindle, e desde que meu adorável leitor de livros digitais chegou, mantenho o hábito de devorar mangás com voracidade - antes não era tanto assim, sabe? Para adaptar os mangás para o Kindle, uso o Mangle (não vou deixar um tutorial aqui porque a demanda deve ser muito baixa, mas eu prometo providenciar um post sobre isso se pelo menos UMA pessoa pedir nos comentários... Onde estão os brasileiros com Kindle?).
A maioria dos mangás que eu li/estou lendo é em inglês, e veio do Mangatraders. Encontrei nesse site uma biblioteca completa e bem catalogada, cheia de títulos interessantes e muitos desconhecidos que mal sairam do Japão (e provavelmente não vão sair). Descobri também os manhwas, que seriam o equivalente coreano do mangá. O traço dos manhwas é bem diferente da arte tradicional do mangá, como vocês podem ver na imagem abaixo:
Aproveito para recomendar esse manhwa, que se chama Bride of the Water God. A história é sobre uma jovem oferecida em sacrifício para ser "noiva" do deus da água, prática que foi muito comum em aldeias que enfrentavam períodos de seca. Ao longo dos mais de doze volumes (ainda está sendo lançado), ela vai descobrindo o mundo dos deuses e tentando se acostumar com a sua nova vida... Ah, o ponto chave desse início é que o deus da água que a tomou como noiva, Habaek, é uma criança (o menininho dessa imagem com o tigre) - mas durante a noite, ele assume sua forma original, que é esse homem no artwork... Ele se apresenta como Mui, e Soah, a protagonista, se apaixona por ele sem saber que Habaek e Mui são a mesma pessoa.
Bride of the Water God se enquadra em um gênero pouco conhecido chamado Josei, que seria como um Shōjo para mulheres adultas - os termos significam "mulher" e "menina" em japonês, respectivamente. (ignore o fato de ser uma publicação coreana, ainda está no gênero "história em quadrinhos para o público feminino adulto" e vai aparecer com essa classificação em qualquer site que você procurar)
AVISO: Em primeiro lugar, compre o mangá na banca perto (ou longe, tanto faz) da sua casa SEMPRE que possível para incentivar a vinda deles para o Brasil - baixar mangá é uma alternativa extrema para indivíduos iluminados que almejam uma maravilha da cultura oriental que não lhes foi concecida por outros meios, não é uma "pirataria" qualquer. Então, tente fazer coleções dos mangás que você não pôde emprestar da coleção dos seus amigos e permita também que estes, se forem confiáveis e bem intecionados, acessem seu magnífico acervo. E devolvam os mangás emprestados, senão o sistema vai entrar em colapso! ¬¬
Ler online é a opção mais abundante na internet, seguida pelos fóruns servidores IRC (boa parte deles exige convite - desses eu não tenho nenhum), blogs que postam links em servidores como Mediafire, 4Shared e MegaUpload e alguns portais com servidores próprios. Nesses últimos, a velocidade do download mal passa dos 50kbp/s na maioria dos casos - o que é compreensível, considere como é difícil manter um servidor dedicado para gente do mundo inteiro baixar arquivos apenas com doações. Cada volume de mangá costuma ter entre 30 e 70MB.
Aqui está o meu clássico gabarito de links... Se faltou algum, e eu sei que faltaram MUITOS - é só avisar nos comentários que eu atualizo a lista.
Em português
http://www.mangaonline.com.br/
http://www.kousen.com.br/?page=conteudo/mangas
http://www.maxmanga.com.br/
http://mangalog.com.br/
http://www.mangafox.com/directory/
http://unixmanga.com/onlinereading/
http://manga.animea.net/
http://mangastream.com/
http://www.mangavolume.com/
http://www.anymanga.com/
http://mangahut.com/
http://www.chrono.com.br/secao/downloads
http://www.mangatraders.com/ (site com servidor próprio e MUUUUITOS mangás)
Façam bom uso!
Code Geass: Lelouch of the Rebellion tem oito volumes e está sendo publicado no Brasil como "A Rebelião de Lelouch" pela editora JBC. A história é muito parecida com a do anime, a grande diferença fica por conta da ausência dos mechas.
Code Geass: Suzaku of the Counterattack tem dois volumes e narra uma história diferente, com os mesmos personagens e acontecimentos semelhantes, na qual Kururugi Suzaku, amigo do Lelouch e piloto do Lancelot, é o protagonista.
Code Geass: Nightmare of Nunnally tem cinco volumes e mostra o que aconteceria na história se a Nunnally (irmã do Lelouch) tivesse recebido um geass. Tem vários personagens novos, um desenrolar diferente e é bem legalzinho.
A Record of the Strange Tales of the Bakumatsu Era: Code Geass é um one-shot (apenas um volume) meio nonsense que mostra uma versão amalucada da Rebelião Negra no Japão feudal, com direito a Knightmares controlados por ábacos e pizza de mayonese.
Code Geass: Renya of Darkness está sendo lançado agora, no momento está no capítulo 7 e tem publicação mensal. Essa história ocorre em um passado distante, a única personagem da série original que aparece é a C.C. (seria meio impossível para os outros aparecerem, né? ¬¬) - o protagonista é um garoto meio chato chamado Renya. Ele tenta fazer um contrato do geass que por algum motivo dá "errado", e então recebe um braço cyborg com olho estranho capaz de estraçalhar tudo ao invés do poder dos reis. Para deixar a história mais atrativa (vender mais), colocaram um misterioso sósia do Lelouch com geass nos dois olhos e um cabelão que parece ser o vilão da vez... Os demais personagens tem seus "clones" também, provavelmente representantes de ramos longínquos de suas árvores genealógicas.
Well, para encher linguiça um pouco, contarei uma histórinha da minha infância...
Quando eu tinha uns oito anos, minha mãe percebeu que eu acabava com um gibi inteiro da Mônica em menos de dez minutos - e foi bem nessa época que os gibis começaram a encarecer... Então, ela me chamou e disse que não iria mais comprar gibis pra mim, que era para pegar emprestado com os amigos ou ler os da biblioteca da escola - em contraparte, garantiu que sempre compraria qualquer livro que eu pedisse e realmente fosse ler. É incrível como esse "acordo" marcou a minha vida. O.o
P.S.: No momento estou lendo - e ADORANDO - Count Cain aka Godchild
a
2 pessoas já expressaram suas ideias aqui... Faça-o também. =D
Vixi, esse negócio de comprar mangá é deveras complicado. Atualmente estou acompanhando umas 8 séries e se, daqui a algum tempo, as séries que estão pausadas voltarem a ser publicadas esse número passa de 15 fácil, fácil.
Haja dinheiro.
Pelo menos eu sou um desses que emprestam e meus mangás são lidos por pelo menos umas 5 pessoas.
Sinceramente? Gostei muito do seu post. Fiquei interessada no Kindle (porque ler na web nunca foi o meu forte). Costumo comprar os mangás que me interesso (inclusive, pretendo adquirir o COde Geass em breve) e pegar emprestado com amigos ou em bibliotecas. Me diverti com o jeito que você escreve e curti as dicas que passou.
Depois passa o seu Twitter (caso tenha e queira, é claro), pra eu acompanhar teus posts no site ou manda um reply pra @jacqueroll. Abraço.
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"Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo." - Voltaire